quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Mito ou Verdade?


Palavras são carregadas de significados e, muitas vezes, evocam sentimentos fortes. A palavra “mito”, por exemplo, representa ideias diferentes conforme o contexto e a intenção da pessoa que a emprega. Vamos procurar entendimento dos usos comuns da palavra antes de considerar seu significado no Novo Testamento.

No contexto acadêmico, “mito” frequentemente significa uma narrativa considerada verdadeira por uma determinada cultura. Quando usado nesse sentido, a questão do mito ser realmente verdadeiro ou falso não é o foco. A palavra pode identificar histórias verdadeiras ou estórias tradicionalmente aceitas mas que não passam de fábulas imaginadas.

No uso comum da palavra, como se pode verificar consultando diversos dicionários da língua portuguesa, mitos são estórias imaginárias inventadas por homens para explicar conceitos difíceis (as origens do universo e dos seres humanos, por exemplo). Nas definições, é comum encontrar palavras como fabuloso, fantasioso, imaginário, não real e outras expressões que identificam mito como algo não historicamente verdadeiro. Por este motivo, quando ouvimos um acadêmico falar sobre as histórias bíblicas como mitos, normalmente entendemos que a pessoa esteja negando a veracidade dessas histórias. E, enquanto pode ter um argumento técnico para fugir dessa conclusão, o efeito de muitas afirmações acadêmicas sobre a Bíblia é de colocar suas histórias na mesma categoria das estórias contraditórias circuladas entre religiões pagãs. A ideia avançada pelo pós-modernismo é que todas as ideias religiosas, inclusive todo o conteúdo da Bíblia, sejam apenas estórias confortantes inventadas por pessoas ignorantes.

No mundo greco-romano da época do Novo Testamento, mitos foram, de fato, histórias inventadas para explicar conceitos não compreendidos sobre o mundo. A mitologia dos gregos e romanos apresentava diversos deuses e heróis fantasiosos, com características e falhas normalmente atribuídas aos seres humanos. Por isso, o emprego da palavra mito (do grego muthos), na Bíblia, não é num sentido neutro e acadêmico. Mitos no Novo Testamento são tratados como mentiras humanas em contraste com a revelação divina da verdade.

Vamos ver todos os versículos no Novo Testamento onde aparece esta palavra grega, traduzida na versão Almeida Revista e Atualizada, 2ª Edição pela palavra fábula:

“nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço de Deus, na fé” (1 Timóteo 1:4). A aceitação de mitos impede o serviço a Deus pela fé.

“Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade” (1 Timóteo 4:7). Mitos não levam à piedade (respeito e reverência para com Deus).

“e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2 Timóteo 4:4). Mitos são o oposto da verdade.

“e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade” (Tito 1:14). Não somente os mitos pagãos, mas as estórias inventadas no contexto judaico também devem ser rejeitadas. Paulo não fala aqui das histórias bíblicas, pois ele afirmava a origem divina das Escrituras (2 Timóteo 3:16-17). As fábulas judaicas foram mitos criados por homens e elevados por alguns ao mesmo nível das Escrituras. 

“Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade” (2 Pedro 1:16). Pedro afirma um contraste total entre as fábulas inventadas pelos homens e a mensagem revelada em Jesus, dizendo que ele viu o glorioso Cristo com seus próprios olhos.

O cristianismo é distinto das religiões baseadas em mitos humanos. O próprio Jesus fez essa distinção, em outras palavras, quando elogiou a confissão feita por Pedro. Sua afirmação não veio de estórias inventadas por homens (carne e sangue), mas do próprio “Pai, que está nos céus” (Mateus 16:16-17).


por Geraldo Bomfim

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