O "Dia de Finados" é um dia santo para os católicos romanos, onde eles fazem homenagens aos seus mortos e, através de "rezas", eles creem que almas podem ser libertas de suas penas temporais no purgatório.
O catecismo católico
afirma: "Uma vez que os fiéis defuntos, em vias de purificação,
também são membros da mesma comunhão dos santos, nós podemos
ajudá-los, entre outros modos, obtendo para eles indulgências, de modo que
sejam libertos das penas temporais devidas por seus pecados".
Esta celebração tem as
suas origens numa prática começada por Odilio (962-1049), monge e abade
do mosteiro de Cluny em 994. Os monges de Cluny faziam preces
especiais e cantavam salmos pelos defuntos no dia imediato ao Dia de Todos os
Santos. Depois disso, a ICAR oficializou a data.
Desde o séc. I, os
cristãos visitavam as tumbas para rezar pelos falecidos que morreram sem
martírio. No séc. IV, já encontramos a memória dos mortos na celebração da
missa. Desde o séc. V, a ICAR dedica um dia por ano para rezar por todos os
mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava, até que no
séc. XI os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009)
e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano
pelos mortos.
O católico crê que as
almas do Purgatório estão já no caminho certo para o céu, assim, com as sus
orações, eles podem abreviar o seu tempo de espera e de purificação. Esta
prática de reservar um dia especial e oficial para sufragar as almas do
purgatório tornou-se popular e divulgou-se por muitas comunidades católicas da
Europa e das Américas.
A partir do séc. XIII,
esse dia anual por todos os mortos passou a ser comemorado no dia 2 de
novembro, já que no dia 1º se realiza a festa de todos os santos, que celebra
os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O dia de finados
celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração do dia de todos os
santos, devendo-se acender uma vela no cemitério para simbolizar a vida eterna
do falecido.
Os católicos creem que o
testemunho de vida daquele que morreu fica como luz acesa no coração de quem
continua a peregrinação. Esse é um dos significados da vela que se acendem nos
cemitérios: A luz do irmão não se apagou. A luz da fé reacende a chama dos
corações. No dia de finados, ao acenderem velas, os católicos buscam para si a
iluminação interior que, sabemos pala Palavra de Deus, só é encontrada em
Cristo Jesus (João 12.46).
Cemitério enfeitado com
flores e iluminado por velas
Diante dessas
considerações doutrinárias e informações históricas, pode-se concluir que os
verdadeiros cristãos não devem celebrar o dia de finados. Não há certeza de
ressurreição sem Cristo e não há possibilidade de vida eterna sem que haja fé
salvadora no coração enquanto vivos (conf. João 3.16; 11.25,26).
A Bíblia afirma que após a
morte só nos resta o juízo de Deus (Hebreus 9.27; Mateus 25.31-46),
alertando para o fato de toda e qualquer decisão por Cristo deve ser tomada em
vida. Não há base bíblica para se orar, rezar ou se penitenciar pelos mortos,
mas sim um mandamento imperativo de Jesus para se proclamar o Evangelho para os
vivos (Mateus 28.19,20). Além disso, a fé em Cristo vem mediante o ouvir
a pregação do Evangelho (Romanos 10.17) e, para ouvir, é preciso estar
vivo. Não existe nas Escrituras, nada que nos leve a crer que as almas dos
mortos estejam sofrendo penas temporais no chamado purgatório, aguardando uma
2ª oportunidade para a salvação.
O apóstolo João declarou
em Apocalipse 14.13 que bem-aventurados são os mortos que
descansaram no Senhor, ou seja, aqueles que durante sua vida, tomaram a decisão
por aceitar o plano da salvação. A felicidade é creditada pelo fato de que um
dia Deus devolverá a vida a estas pessoas mediante a ressurreição (1Coríntios
15).
As Escrituras afirmam que
a salvação é concedida pela graça de Deus a partir do arrependimento dos
pecados e da fé somente em Jesus Cristo (Atos 3.19; Romanos 3.21-26).
Dessa forma, o crente deve compreender e aceitar a dura realidade da perdição
eterna daqueles que amamos, mas que morreram sem Cristo. Se não pregamos a
Palavra ou se não testemunhamos de Jesus durante a vida de nossos entes
queridos, não adianta chorar ou se penitenciar e nem mesmo acender velas em sua
memória.
O melhor que podemos fazer
pelas pessoas em geral, é testemunhar de Cristo para elas enquanto em vida,
porque depois da morte, apenas o juízo final nos espera. As Escrituras afirmam
que os mortos não louvam ao Senhor (Salmos 115.17), não sabem de cousa
alguma e nada podem fazer (Eclesiastes 9.5,6,10), portanto, todo nosso
esforço deve ser o de levar a mensagem de Cristo aqui e agora.
Medite nisso!
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