Por que devo ser um calvinista: explicando a soberania de Deus sobre o homem e o pacto com o homem
“Pois, se anuncio o evangelho,
não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim,
se não anunciar o evangelho!” —1 Coríntios 9.16
Nosso mundo pós-moderno diz muito
sobre “opções”. É dito muito pouco sobre convicções. Supõe-se que todos sejam
felizes com suas próprias “preferências”, e o acordo tácito é que eu não me
preocuparei demais com suas preferências (digamos, por exemplo,
homossexualidade, cereal matinal, carros antigos, pedofilia, ou Dan Rather) se
você não se preocupar demais com as minhas. Nós simplesmente fazemos
“escolhas”, e estamos certos que não nos tornamos dogmáticos demais sobre elas.
A Bíblia, por outro lado, tem pouco a dizer sobre o que chamaríamos
“preferências”. Tem muito que dizer sobre o que definimos como “convicções”.
Preferências são escolhas que nos agradam; convicções são crenças que nos
compelem.
Paulo estava convencido de que
Deus o havia chamado para pregar o Evangelho. Isso não era uma preferência. Era
uma convicção. Esse é o porquê ele declarou que “era imposta essa obrigação”
sobre ele. Ele era dirigido por uma obrigação interna – uma compulsão que o
próprio Deus tinha instilado nele para pregar o Evangelho.
Hoje vou falar sobre por
que eu devo ser um calvinista. Não estou falando principalmente por
que vocêdeveria ser um calvinista, embora se você não seja um calvinista,
espero que se torne um. Não estou abordando o tema “Por que sou um calvinista”.
Isso poderia simplesmente terminar sendo uma dissertação desapaixonada. Sobre o
que estou falando hoje arde em minha alma e inflama a minha mente. Isso é o que
verdadeiras convicções fazem. Não são simplesmente assuntos de discussão
vagarosa. São assuntos de convicção apaixonada. Por que eu devo ser
um calvinista?
Razões Insuficientes
Primeiro, deixe-me discutir
razões insuficientes para eu ser um calvinista. Eu não sou um calvinista porque
tenho uma visão exaltada de João Calvino. Ele foi um grande homem, piedoso e
erudito. Mas era, apesar de tudo, um ser humano como o resto de nós; e ele
cometeu alguns enganos – até mesmo sérios enganos. Eu não sou um calvinista
porque exalto Calvino, mas antes porque creio que as crenças de Calvino estavam
inteiramente próximas do que a Bíblia ensina. Calvino (em minha opinião)
basicamente a entendeu direito.
Algumas vezes se pensa que
Calvino é o pai das Igrejas Reformadas, e eu uso os termos “calvinista” e “reformado”
preferencialmente de maneira sinônima. Menciono as Igrejas Reformadas. Há
muitas delas, e frequentemente essas igrejas estão alinhadas com denominações.
Eu não sou um calvinista simplesmente sobre a base de que sou um
denominacionalista. Muitos calvinistas não são membros de alguma denominação
particular, embora todos deveriam ser membros de uma igreja sadia. Há boas
denominações e há más denominações; e a verdade do calvinismo não descansa no
estado ou visão de algumas denominações (ou alguma igreja particular).
Eu não abraço o calvinismo
sobre a base de que nasci em uma família calvinista. Na realidade, eu nasci
numa bela família, bíblica e temente a Deus, que não era calvinista.
Não sou um calvinista por nascimento, mas por escolha! Calvino o homem, as
denominações calvinistas, e o ter nascido numa família calvinista não são (para
mim) razões suficientes para abraçar o calvinismo. Finalmente, não abraces o
calvinismo porque você meramente o selecionou como uma “opção”. Abrace o
calvinismo porque – me atrevo a dizer? – tem que fazer assim. Sua
verdade penetra até a medula de teu ser, e não podes fazer outra coisa.
Catolicidade
É importante entender primeiro
que os calvinistas sustentam, com outros setores da igreja, certos distintivos.
Nós os calvinistas concordamos com todos os outros cristãos ortodoxos em
abraçar as crenças básicas cristãs resumidas no Credo Apostólico. Sustentamos o
Trinitarianismo explicado claramente no Credo Niceno. Afirmamos a Cristologia
(visão da Pessoa de Cristo) articulada na fórmula de Calcedônia. Cremos que
Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus em carne. Temos fé que ele derramou seu
sangue sobre a cruz para expiar nossos pecados; que se levantou corporalmente
da tumba ao terceiro dia; e que ele voltará outra vez com visível esplendor e
grande glória para julgar as nações. Cremos que o Evangelho é o poder de Deus
para salvação de todo aquele que crê. Como nossos homólogos ortodoxos, cremos
na história redentora – aqueles grandes e milagrosos eventos da obra de Deus em
Cristo para salvar os pecadores [1]. Nesses e noutros assuntos fundamentais,
concordamos com todos os cristãos ortodoxos. Esses são simplesmente
assuntos da fé católica (universal, não Romana) nos quais todos consentimos.
Distintivos
Porém nós calvinistas temos
certas crenças e práticas distintivas. Essas nos distinguem do resto da
cristandade ortodoxa. Não afirmamos que nossos irmãos e irmãs sejam menos
cristãos do que nós. Reivindicamos, contudo, que eles têm um entendimento menos
perfeito ou maduro da fé. Se, certamente, crêssemos como eles creem, seríamos
membros de suas igrejas. É precisamente porque estamos convencidos da exatidão
da crença e prática calvinista que somos membros de Igrejas Reformadas – e,
mais importante ainda, abraçamos o calvinismo.
Note que digo “crença e
prática”. Como todos os outros setores do cristianismo, o calvinismo não é
somente um sistema de crença; é também um sistema de vida. No que você crê
influencia como você vive. No final da década de 40, Richard Weaver, o grande
historiador do Sul, escreveu um livro intitulado “As Idéias Têm Conseqüências”.
Certamente elas têm. O que você crê e pensa modela como você atua e se
comporta. Nós calvinistas não somos “doutrinalistas” [2]. Não cremos que a fé
esteja limitada à doutrina, ainda que seja essencial, e certamente não está
limitada ao tipo de teologia acadêmica que alguém encontra somente nos
seminários de torres de marfim que concedem licenciaturas de Doutor em
Teologia. Não, o calvinismo é uma crença e uma vida. Na linguagem de Tiago do
Novo Testamento, é fé e obras juntas.
Tendo tudo isso em mente,
deixe-me dizer-lhe por que devo ser um Calvinista.
A Soberania de Deus
Eu devo ser um Calvinista,
primeiro, porque eu não posso reconhecer nenhum fato maior no universo do que a
soberania de Deus. O que é a “soberania de Deus”? Nas palavras de um sábio
ministro, a soberania de Deus significa que Deus é…Deus. Deus não é um homem, e
não há ninguém a quem possamos compará-LO (Isaías
40:18). Os antigos deuses pagãos – e os falsos deuses de hoje, com a
relação a isto – eram simplesmente extensões da humanidade. Eles eram
insignificantes, vingativos, caprichosos e tímidos. Expressavam características
exageradas do próprio homem. Este não é o Deus revelado na Bíblia, e não é o
Deus dos Calvinistas. Cremos que Deus é absoluto, todo-poderoso, onisciente,
onipresente, sempre amoroso, sempre justo, sempre perfeito. Ele é autocontido,
auto-suficiente e autodeterminado. Ele não é “contingente” em nenhum sentido.
Ele não depende de ninguém ou de algo mais para Seu ser ou ações. Quando Moisés
perguntou a este Jeová Deus qual era o Seu nome, Deus respondeu simplesmente,
“Eu sou”, ou “Eu sou o que sou”. Não há nenhum fator externo ou derivado com o
qual possamos comparar a Deus. Deus simplesmente é. Este é o Deus a quem amamos
e servimos.
Cremos que Deus faz o que Lhe
agrada. Na realidade, Ele nos diz em Sua Palavra, a Bíblia, que isto é
precisamente o que Ele faz (Salmos 115:3).
Ele não pede permissão para o homem. Ele é o Criador, e o homem é a criatura (Gênesis 2:7). O homem é a sua mais alta
criatura, e foi feito à Sua imagem; mas apesar de tudo o homem é uma criatura.
Deus é soberano. Ele conhece o fim desde o princípio porque Ele determina o fim
desde o princípio. Ninguém pode frustrar a sua vontade, e ninguém pode deter
Sua mão. Não podemos escudrinhar Sua mente, e não podemos conhecer Sua vontade
aparte de Sua revelação na Bíblia e na criação e em Seu Filho Jesus Cristo. Em
Isaías lemos, “assim como meus pensamentos são mais altos que vossos pensamentos”
(Isaías 55:9-10). Como o resto de Sua
criação, o próprio homem é uma criatura; e Deus faz com o homem o que Ele quer. Romanos 9 faz isto abundantemente claro. Deus é
soberano, e isto significa que o homem não é soberano.
É bastante claro como Deus
exerce esta soberania. Ele o faz por meio de Seu Filho, Jesus Cristo. Jesus
Cristo é o grande Rei. [3] Como resultado de Sua morte e ressurreição, o Pai
concedeu a Cristo o domínio universal (Daniel
7:13-14; Mateus 28:18-20; Filipenses
2:5-11). Ele está governando hoje desde os céus (Atos 2:29-36). O grande centro da fé para os
Cristãos primitivos era o Senhorio do Cristo elevado e exaltado. [4] Na
realidade, a fé Cristã pode ser resumida em três palavras:
Jesus é o Senhor
A soberania de Deus é vista na
criação e muito mais, porém alcança sua plena expressão no governo de Seu
Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor, Salvador e Rei.
A morte de Cristo na cruz e sua
ressurreição da tumba asseguram a salvação dos homens, e você pode estar seguro
que nosso Deus é soberano na salvação do homem, da mesma forma como é soberano
em qualquer outro aspecto do universo. Este é o princípio dominante da crença
Calvinista na soberania de Deus. Deus salva homens; Ele não os ajuda a se
salvarem. Deus não está no negócio de fazer com que os homens que andam dando
tombos voltem a afirmar seus pés com segurança. Os pecadores estão mortos em
delitos e pecados (Efésios 2:1). Eles
não são homens enfermos que necessitem de um remédio: são homens mortos que
necessitam de uma ressurreição. Isto é exatamente o que o Espírito Santo dá aos
eleitos, os escolhidos de Deus. A salvação de acordo com os Calvinistas não é
um esforço cooperativo. Deus enviou a Seu Filho, Jesus Cristo, à terra para
salvar pecadores que Ele amou (João 3:16).
Sua morte não faz simplesmente a salvação disponível; sua morte na realidade
assegurou a salvação dos pecadores. Este é o porque o escritos de Hebreus nos
diz, “Não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue [de Jesus Cristo], entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma
eterna redenção” (Hebreus 9:12, ênfase
adicionada). Ele realmente obteve salvação. Deus salva pecadores; Ele não os
ajuda a se salvarem. [5]
Nenhuma destas coisas significa
que o homem é uma máquina ou um autômato. Deus certamente deu uma vontade e uma
escolha ao homem. Repetidamente, Deus apela à vontade do homem. Para o Israel
do Antigo Testamento, Jeová disse, “Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o
bem, a morte e o mal” (Deuteronômio 30:15).
No Novo Testamento, o próprio Jesus declara, “Vinde a mim, todos os que estai
cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus
11:28). As escolhas do homem são escolhas reais, e sua vontade é uma
vontade real.
Porém – este é um ponto crucial
– acima de toda a vontade e escolhas do homem está a soberana e eterna vontade
de Deus (Efésios 1:11).
Como nós, os Calvinistas,
explicamos isto? Como a soberania de Deus e a vontade do homem se harmonizam?
Uma resposta simples é: nós não sabemos. De fato, é precisamente porque Deus é
soberano e nós não, que não professamos entender a relação entre a soberania de
Deus e vontade do homem. Sabemos que Deus é soberano em todas as coisas, e
sabemos que o homem tem uma vontade e uma capacidade de escolha que tem um
significado real; e deixamos isto nesse ponto. Se Deus é soberano, Ele é tão
soberano que pode criar um ser como o homem com uma vontade cujas ações não são
coagidas por Deus, e não obstante, cumpre de maneira perfeita a vontade de
Deus. Como pode ser isto? Eu não sei. Deus é soberano e nós não o somos.
A Centralidade do Pacto
Há uma segunda razão pela qual
eu devo ser um Calvinista. Os Calvinistas crêem que o pacto se acha no centro
dos relacionamentos de Deus com o homem, e creio que isto é exatamente o que a
Bíblia ensina. Este é o segundo grande distintivo do Calvinismo. [6] É um
distintivo cuja importância é freqüentemente não reconhecida. Parte da razão
para esta falta de reconhecimento é devido à uma época na qual se perdeu a
noção total de pacto. Um pacto é um vínculo sagrado. É uma relação na qual o
amor e a legalidade se harmonizam da forma mais bela. Nós freqüentemente
tendemos a ver estes dois fenômenos de uma maneira antitética: a lei e o amor são
opostos. O amor é espontâneo e emocional, enquanto a lei é calculada e
racional. Mas a doutrina Bíblica do pacto destrói esta falsa antítese. Nos
pactos bíblicos (e eu estou falando dos pactos entre Deus e os homens), Deus
entra em uma relação obrigatória com o homem. Não é menos obrigatória porque
ela é cheia de amor, e não é menos amorosa porque é obrigatória. Deus ama tanto
o homem que está disposto a comprometer a Si mesmo para com o homem. Como
resultado do prévio amor de Deus para com o homem, o homem está disposto a se
obrigar para com Deus por causa de seu amor por Deus. Ele é tanto espontâneo
como calculado, tanto emocional como racional. Deus ama o homem e faz um
compromisso para com o homem; o homem ama a Deus e faz um compromisso para com
Deus. Esta é a base do pacto bíblico.
O pacto é um tema dominante na
Bíblia – desde o pacto de Deus com Noé de que nunca destruiria novamente a
terra com um dilúvio, Seu pacto com Abraão de que Ele seria Deus para ele e
para sua descendência depois dele e que abençoaria a todas as famílias da terra
através daquela semente, Seu pacto com Israel como nação de que lhes abençoaria
tanto que eles guardariam Sua lei, Seu pacto com Davi de que levantaria um rei
para sempre no trono de Israel do fruto dos lombos de Davi, até o “novo pacto”
que Deus colocaria Sua lei nos corações de Seu povo. [7] Jesus ratificou seu
novo pacto com o derramamento de Seu sangue na cruz, da qual Sua última
refeição com os discípulos, ou a Ceia do Senhor, é um poderoso sinal ou selo.
Paulo, o grande apóstolo do Novo Testamento, definiu seu ministério em termos
do novo pacto (2 Coríntios 3:6).
O fato é: o pacto é a maneira
como Deus se relaciona com o homem. Ele poderia ter escolhido outra maneira,
mas Ele não o fez. Ele escolheu entrar em um vínculo sagrado e bilateral com os
homens no tempo e na história. Ele amorosamente Se comprometeu para com os
homens, e eles respondem por um comprometimento amoroso para com Ele.
Deus nos deu Sua Palavra em
revelação como uma palavra pactual. Tem duas partes, o Antigo e o Novo
Testamento, ou o antigo e o novo pacto. Esta Palavra, as sagradas Escrituras,
confirmam a relação pactual com Seu povo; e esta Palavra, uma palavra
infalível, apresenta Seus termos para Suas criaturas. Esta Palavra é a forma
escrita do vínculo pactual. [8]
O pacto necessita fé
inter-geracional. Somos membros do pacto Abraâmico, únicos a Cristo, a semente
prometida. Porém nossos filhos, também, estão no pacto com o Senhor (Genêsis 17:7-14; Atos
2:38-39; 1 Coríntios. 7:14). Como Andrew
Murray certa vez observou, Deus deu a Isaque as mesmas promessas que Ele deu a
Abraão. [9] Deus é o mesmo Deus, e Suas promessas são as mesmas promessas.
Confiamos que Deus salvará nossos filhos e os trará para Si mesmo e que eles O
seguirão. Eles são Sua propriedade especial. Eles permanecem no pacto com Ele.
E nós permanecemos nas promessas do pacto de Deus na criação de nossos filhos.
Eu devo ser um Calvinista
porque creio que o pacto é o meio pelo qual Deus se relaciona com Seu povo.
A Abrangência da Fé
Terceiro, e finalmente, devo
ser um Calvinista porque estou convencido que a Fé Cristã deve dominar a
totalidade da vida e da existência do homem. Não há expressão do Cristianismo
ortodoxo que haja reconhecido este fato tanto como o Calvinismo o fez. Os
Calvinistas crêem que Jesus Cristo é Senhor, não somente do serviço de adoração
da igreja nos Domingos, mas também das salas de reuniões ou seminários nas
Segundas. [10]
Tudo pertence a Cristo e tudo o
que presentemente se encontra debaixo do domínio do pecado deve ser reorientado
para a justiça bíblica. Os Calvinistas concordam com Francis Schaeffer quando
ele declarou que um dos grandes problemas com os Cristãos hoje é que eles vêem
as coisas em pequenos pedaços, em vez de vê-las como um todo. [11] Estas boas
pessoas vêem os males na sociedade aqui e ali, mas não reconhecem que estes
males são parte de um “sistema de vida” particular, ou cosmovisão. No Ocidente,
esta cosmovisão é o humanismo secular. Porém pior ainda, os Cristãos não entendem
que o mesmo Cristianismo requer seu próprio “sistema de vida” distintivo. Por
quase dois mil anos o Cristianismo dominou as vidas dos devotos, e hoje esta
necessidade é ainda mais premente. Diferentemente de muitos de nossos
antepassados na Europa e nos Estados Unidos, já na vivemos dentro de uma
cultura Cristã. Portanto, devemos estar especialmente vigilantes para enfatizar
o Senhorio de Cristo em todas as áreas da vida, a fim de que não venhamos
simplesmente a afirmar a visão humanista secular das coisas, por falta de outra
opção.
A Bíblia declara que o que quer
que comamos ou bebamos, devemos fazer tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10:31). Isto significa que todas
as áreas da vida devem estar debaixo da autoridade de Cristo. A arte, ciência,
tecnologia, vocação, mídia, políticas, economias – todas estas e mais – se
encontram debaixo da autoridade de Cristo. O Calvinista não crê que haja áreas
“neutras” da vida e que tanto o crente como o não crente possam concordar nos
princípios básicos destas áreas. [12] Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a
Vida. Ele não é simplesmente um caminho, uma verdade e uma vida para alguma
parte de nossa existência. O próprio Jesus nos diz que vamos ao Pai somente por
Cristo; e se não vamos ao Pai, somos espiritualmente cegos (1 Coríntios 2:14). Necessitamos interpretar
as coisas desde a “perspectiva” de Deus para interpretá-las apropriadamente. Se
Jesus Cristo não é o Senhor da vida de alguém, o homem não pode esperar
interpretar (inclusive a si mesmo) o
mundo com exatidão.
Se o conhecimento de Cristo
domina nosso próprio ser, devemos, como as Escrituras dizem, trazer todo
pensamento cativo a Cristo (2 Coríntios 10:5).
Simplesmente não podemos ser Cristãos de “meio tempo”. [13] O Cristianismo se
estende muito além da esfera entre nossas duas orelhas – ele deve dominar a
totalidade da cultura, a totalidade da vida.
Conclusão
Deus é soberano. Deus se
relaciona com o homem por meio de pacto. E a fé é abrangente, não limitada à
poucas áreas. Há muito mais que poderia ser dito, mas isto é o porque eu devo
ser um Calvinista. Oro para que você também se torne um.
Notas
[1] Oscar Cullman, Salvação na
História (New York: Harper, 1967)
[2] Richard J. Mouw, “A Bíblia
no Protestantimos do Século Vinte: Uma Taxonomia Prelimiar”, A Bíblia na
América, eds., National O. Hath e Mark A. Noll (New York: Oxford, 1982),
142-143.
[3] William Symington, O
Messias, o Príncipe (Edmonton: Still Waters Revival Books, [1884] 1990).
[4] Oscar Cullmann, “O Reinado
de Cristo e a Igreja no Novo Testamento”, A Igreja Primitiva (Philadelphia:
Westminster, 1956), 105.
[5] David N. Steele e Curtis C.
Thomas, Os Cinco Pontos do Calvinismo Definidos, Defendidos, Documentados
(Phillipsburg: P&R, 1971).
[6] Geerhardus Vos, “A Doutrina
do Pacto na Teologia Reformada”, História Redentora e Interpretação Bíblica,
ed. Richard B. Gaffin Jr. (Phillipsburg,; P&R, 1971), Cap. 7.
[7] O. Palmer Robertson, O
Cristo dos Pactos (Phillipsburg: P&R, 1980).
[8] John M. Frame, “A Escritura
Fala por Si Mesma”, A Palavra Inerrante de Deus, ed., John Warwick Montgomery
(Minneapolis: Bethany, 1973), 178-200.
[9] Andrew Murray, Como Criar
Teus Filhos para Cristo (Minneapolis: Bethany, 1975), 35-39 and passim.
[10] Abraham Kuyper,
Conferências sobre o Calvinismo (Grand Rapids: Eerdmans, 1931).
[11] Francis Schaeffer, Um
Manifesto Cristão nas Obras Completas de Francis A. Schaeffer (Westchester:
Crossway, 1982), 423-425.
[12] Cornelius Van Til, A
Defesa da Fé (Phillipsburg: P&R, 1967).
[13] P. Andrew Sandlin,
Totalismo (Vallecito: Chalcedon, 2001).
Fonte: Monergismo.com
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